Transformando missões em ações na Agenda 2030
O prazo acordado pelos países-membros das Nações Unidas para o cumprimento dos objetivos globais de sustentabilidade se aproxima, aumentando a necessidade de se intensificar os esforços de implementação das agendas de transição. O futuro é construído hoje, como resultado das ações individuais e coletivas. Portanto, é premente encontrarmos os percursos que materializam a visão de desenvolvimento aliado à preservação do meio ambiente, da biodiversidade e à redução das desigualdades. Precisamos, com urgência, agir mais e melhor para alcançar todas as metas de desenvolvimento sustentável.
Diante desse momento crítico, uma corrida contra o tempo se iniciou para frear os impactos das mudanças climáticas e limitar o aquecimento global a 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, patamar definido no Acordo de Paris, em 2015. As metas climáticas brasileiras vigentes, conhecidas como Contribuição Nacionalmente Determinada (NDCs), estabelecem a redução em 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030. Esse esforço depende de um grande volume de recursos para a descarbonização da economia, com a ativação de oportunidades de financiamento nacionais e internacionais e de planos de desenvolvimento econômico verdes, que sejam capazes de dar escala à ação climática no Brasil.
O contexto mundial, marcado por disputas geopolíticas de ramificações globais e pelos efeitos de longo-prazo da crise da Covid-19, desafia os compromissos, capacidades e cooperações criadas nos últimos anos para realizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Ademais, o progresso dessa agenda está comprometido pelos graves retrocessos verificados em relação à pobreza, segurança alimentar, preservação ambiental e outras metas fundamentais para o alcance de um modelo de desenvolvimento sustentável em escala global.
Os obstáculos são inúmeros, mas não são intransponíveis se elevarmos a agenda de sustentabilidade à prioridade máxima e executarmos planos de ação adequados e factíveis. Munidos de missões pactuadas globalmente, como a Agenda 2030, capazes de orientar avanços para um mundo mais justo, inclusivo e sustentável, estamos na trajetória compatível com o alcance dos resultados esperados.
As missões de desenvolvimento com potencial transformador, como as propostas no Plano ABDE 2030 de Desenvolvimento Sustentável, criam oportunidades para uma atuação conjunta e coordenada adaptada às particularidades da transição no caso brasileiro. Uma vez ultrapassados os desafios de definir missões e criar conexões, persiste a importância de pavimentar o caminho entre os planos e as ações.
Nesse sentido, o Sistema Nacional de Fomento (SNF), composto por instituições financeiras públicas e cooperativas, comerciais e de desenvolvimento, nacionais e subnacionais, está preparado para ser o vetor do impacto sustentável, mediante o fortalecimento do financiamento dessas missões de desenvolvimento. Com esse propósito, o SNF é capaz de dar concretude aos planos de ação para o desenvolvimento de cidades sustentáveis, incluir a perspectiva sustentável em projetos de infraestrutura, potencializar as soluções baseadas na natureza e a bioeconomia e promover a diversidade e a inclusão social em modelos de desenvolvimento econômico sustentáveis.
É possível reforçar modelos de fomento e financiamento já praticados pelas instituições financeiras de desenvolvimento (IFDs) – trabalhando em seu aprimoramento e fortalecimento, assim como criar soluções de financiamentos sustentáveis e inovadoras que elevem o papel do SNF para uma atuação ainda mais efetiva na superação de assimetrias sociais, econômicas e ambientais e na promoção de iniciativas prioritárias na Agenda 2030.
Em sua 8ª edição, o Fórum do Desenvolvimento se consolida como o maior evento nacional sobre o financiamento ao desenvolvimento sustentável. Nesse ano, a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), por meio da realização do Fórum e de um ciclo de eventos preparatórios, irá reforçar o papel fundamental de espaços de debates de alto nível para apoiar o Sistema Nacional de Fomento a desenvolver planos de sustentabilidade e colocá-los em execução. Dessa forma, estaremos ainda mais próximos de transformar missões em ações e acelerar o cumprimento da Agenda 2030. O Fórum do Desenvolvimento, organizado anualmente pela ABDE, mobiliza e reúne membros do SNF, governos federal e subnacionais, organismos internacionais, órgãos representantes da sociedade civil, do setor privado e terceiro setor, buscando encontrar caminhos para o avanço do desenvolvimento sustentável no Brasil. A ABDE entende que as agendas de futuro serão bem-sucedidas na medida em que puderem ser construídas a partir do diálogo e convida todos os interessados a oferecerem sua contribuição para o debate.
Palestrantes de edições anteriores
























Lançado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), das Nações Unidas, com o Acordo de Paris e com a Agenda de Ação de Addis Abeba, o Plano ABDE 2030 de Desenvolvimento Sustentável indica um caminho possível para que o Brasil construa um futuro mais sustentável e de oportunidades para todos.
O documento, que analisa o cumprimento dos ODS no país e mapeia a atuação do Sistema Nacional de Fomento, apresenta cinco missões com potencial transformador para orientar o desenho de políticas que fomentem a efetivação das metas estipuladas pela ONU. As cinco missões propostas no Plano são:
- Futuro digital, inteligente e inclusivo
- Ecossistema de inovação em bioeconomia e para a Amazônia
- Agronegócio engajado
- Infraestrutura e cidades sustentáveis
- Saúde como motor do desenvolvimento
O Plano ABDE 2030 foi apresentado durante a 7ª edição do Fórum do Desenvolvimento, realizado em 2022, e desde então o documento vem sendo instrumento de diálogo com atores estratégicos das Instituições Financeiras de Desenvolvimento, do setor privado, do poder público, do terceiro setor e de organismos internacionais e multilaterais.
O objetivo da 8ª edição do Fórum do Desenvolvimento e do ciclo preparatório do #FórumDebate, é ampliar e regionalizar o debate, juntamente com profissionais do Sistema Nacional de Fomento (SNF), sobre a implementação das missões propostas no Plano ABDE 2030 e de como fortalecer e acelerar o cumprimento dessa agenda no país.
O Sistema Nacional de Fomento e a ABDE
A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) reúne as Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) presentes em todo o país – bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento controlados por unidades da federação, bancos cooperativos, bancos públicos comerciais estaduais com carteira de desenvolvimento, agências de fomento –, além da Finep e do Sebrae. Essas instituições, 34 ao todo, compõem o Sistema Nacional de Fomento (SNF).
O SNF é uma rede federativa de fomento, que congrega IFDs de alcance regional, sendo federais, regionais e subnacionais, presentes em todo o país e conhecedoras das especificidades de cada local. Além de financiamentos, contribui com conhecimento especializado e serviços para o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras.
O Sistema tem sido, ao longo do tempo, um importante instrumento para superar os diferentes desafios que o desenvolvimento econômico brasileiro enfrentou, desempenhando papel fundamental para o país realizar as transformações exigidas em cada momento.
Por meio da presença regional das Instituições Financeiras de Desenvolvimento e de sua vocação para o crédito, o SNF alcança todas as regiões do país e atua conforme suas peculiaridades, a partir das políticas públicas definidas como prioritárias em cada região, para financiar projetos que proporcionem o crescimento sustentável de cidades e de estados, ampliando o alcance do Sistema Financeiro Nacional. O Sistema Nacional de Fomento é responsável por 70% do crédito para investimento realizado no Brasil e fundamental para o desenvolvimento sustentável brasileiro.